Ave rara do interior semi-árido do Nordeste. Seu nome científico é Cyanopsitta spixii, em homenagem ao naturalista alemão Johann Baptista Spix. Foi descrita à ciência pela primeira vez em 1829, por Johann Georg Wagler, assistente do naturalista alemão e sucessor de Spix na direção do Museu Zoológico na Universidade de Munique. As ararinhas viviam num cinturão ao longo do rio São Francisco, entre a cidade de Juazeiro e Abaré, no estado da Bahia. Mas o tráfico ilegal de aves para abastecer o mercado de colecionadores de animais ornamentais acabou dizimando a espécie. Em 1990, houve uma tentativa de recuperação das aves com a criação do Comitê Permanente para Recuperação da Ararinha-Azul (CPRAA). Sabia-se sobre a existência de 66 exemplares em cativeiro, sendo que apenas seis viviam no Brasil. Além dos animais em cativeiro, havia um macho solto na natureza, que foi encontrado em Curuçá (BA). O Comitê fez vários esforços buscando utilizar este macho como elo facilitador na adaptação dos animais cativos ao novo ambiente. Tentaram colocar uma fêmea com o macho silvestre, introduzir ovos fertilizados por ararinhas azuis e até mesmo filhotes. Entretanto, o desaparecimento do macho selvagem em outubro de 2000 veio inviabilizar a estratégia. Em julho de 2002, o governo brasileiro decidiu acabar com o Comitê, declarando oficialmente a extinção da ararinha-azul na natureza.
Nascimento de ararinhas em outubro de 2014, após jejum de 14 anos (Foto: Divulgação/ICMBio)
Ararinhas azuis que chegaram ao Brasil em 2016
(Foto: ACTP/Divulgação)